A finalidade da ação é apreender os principais resultados obtidos na iniciativa em vista à promoção e à sustentabilidade de políticas públicas no município
Será realizado hoje (25) na capital maranhense o seminário voltado à avaliação da estratégia Viva Melhor Sabendo Jovem (VMSJ), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e parceiros para adolescentes e jovens entre 15 e 29 anos, e ao diagnóstico oportuno de HIV/aids e outras infecções sexualmente transmissíveis. E, nesta terça-feira (26), ocorre um workshop com a participação de membros locais da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids (RNAJVHA) e outras redes de adolescentes e jovens vivendo com HIV/aids fortalecidas, visando melhorar sua comunicação, mobilização e participação em eventos públicos, além da capacidade de elaboração de planos de trabalho locais e nacionais.
“Apesar dos grandes avanços na resposta ao HIV/aids no Brasil, a infecção continua a apresentar tendências de crescimento entre adolescentes e jovens, demonstrando que muitos desafios na prevenção e controle do HIV ainda persistem. Nesse contexto, o Viva Melhor Sabendo Jovem (VMSJ) busca garantir a ampliação do acesso de adolescentes e jovens entre 15 e 29 anos ao teste do HIV/aids e outras infecções sexualmente transmissíveis e, dessa forma, temos por objetivo facilitar o início imediato ao tratamento e a retenção a esse tratamento, nos casos positivos, para que cheguem à carga viral indetectável”, esclarece Antônio Carlos Cabral, especialista em Saúde e HIV/aids do UNICEF Brasil.
O evento já foi realizado nas cidades de Manaus, Belém, Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife e Salvador, e contou com a participação de membros locais da RNAJVHA. A implementação bem-sucedida do VMSJ envolve gestão intersetorial, pesquisa para identificação e mapeamento das populações-chave e prioritárias, capacitação de profissionais, intervenções comunitárias e, mais importante, a participação e o protagonismo de adolescentes e jovens. O projeto também tem histórico nas capitais dos estados do Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Pernambuco e São Paulo.
O seminário sobre a estratégia Viva Melhor Sabendo Jovem (VMSJ) tem como público participante dez adolescentes e jovens que estiveram na implementação do VMSJ, e dez outros colaboradores como parceiros implementadores, membros locais da RNAJVHA e redes de adolescentes e jovens vivendo com HIV/aids, governos municipal e estadual, ONGs participantes e parceiros da realização das duas edições do VMSJ no Maranhão.
“Hoje estamos diante de um cenário de muitos desafios que nos permite discutir quais estratégias adotaremos após a avaliação dos resultados. Compreendemos que identificar os gargalos e encontrar possíveis soluções é um caminho que devemos iniciar o quanto antes”, salienta Ofélia Silva, a chefe do escritório do UNICEF em São Luís.
“Temos em vista a avaliação dos resultados do VMSJ para que juntos possamos pensar na promoção de políticas públicas que atendam esse público. Envolver os diversos agentes para discussão da estratégia é permitir pluralidade de possibilidades para a garantia de direitos de adolescentes e jovens vivendo com HIV/aids”, acrescenta a especialista em Primeira Infância do UNICEF Anelise Timm.
A epidemia de HIV/aids no Brasil atinge diversas camadas da sociedade, a população jovem apresenta indicadores que mensuram a exposição pela infecção e que podem gerar o desenvolvimento da doença. Segundo o Boletim Epidemiológico HIV/aids de 2020, adolescentes entre 13 anos ou mais, de ambos os sexos, contraíram a doença por via sexual. O boletim informa que na Região Nordeste a predominância da doença estava em relações heterossexual.
O boletim observou os casos de aids nos últimos dez anos e a distribuição dos indivíduos pelo quesito raça/cor, houve uma queda de 51,0% na proporção de casos entre pessoas brancas. No mesmo período, as reduções foram de 36,4% para as pessoas negras, 26,8% para a população indígena, 17,6% para as pardas, e 14,7% para as amarelas.
Sobre o VIVA Melhor Sabendo – A estratégia em saúde do UNICEF e parceiros visa à ampliação do acesso de adolescentes e jovens entre 15 e 29 anos ao diagnóstico oportuno do HIV/aids e outras infecções sexualmente transmissíveis. Além disso, incentiva a testagem e, nos casos positivos para o HIV, a adesão imediata ao tratamento. O projeto também tem como prioridade a continuidade dos jovens testados positivos na terapia antirretroviral (Tarv) e no acesso às informações sobre prevenção e autocuidado, por meio da formação entre pares. Em São Luís, o Viva Melhor Sabendo Jovem foi realizado em duas edições, entre 2018 e 2020, tendo assegurado a 1.100 pessoas o acesso ao autoteste de HIV, sífilis e hepatites B e C, nesse período, em parceria com a ONG Solivida, o Centro Educacional São José Operário (Cesjo), e a Secretaria Municipal de Saúde de São Luís. Mais de 3.500 pessoas, entre educadores, profissionais de saúde, familiares, adolescentes e jovens das escolas públicas foram alcançadas diretamente por atividades formativas e de conscientização contra o preconceito por meio de rodas de conversa, oficinas e atividades em festas públicas. Em 2020, o VMSJ São Luís foi um dos ganhadores do Prêmio Magno Cruz de Direitos Humanos.
O UNICEF trabalha pela garantia dos direitos de cada criança e de cada adolescente, especialmente aqueles mais vulneráveis. No Brasil, são implementadas diversas iniciativas com o intuito de promover transformações positivas nas áreas de Educação, Proteção, Saúde e Assistência Social. Por meio do fortalecimento da rede de atendimento e facilitação de acesso às políticas públicas, o UNICEF incentiva que os direitos e deveres sejam aplicáveis a todas e todos, sem distinção.
Tendo em vista o enfrentamento da epidemia de HIV/aids no País, a parceria entre organizações sociais e municipais favorece o advocacy em prol de que crianças e adolescentes sejam protegidos da infecção, que sejam testados e, aos que apresentem diagnóstico positivo para HIV/aids, que tenham acesso ao tratamento adequado e livre de estigmas. O Ministério da Saúde no Brasil, ao longo dos anos, tem implementado importantes políticas e programas voltados para o enfrentamento da epidemia de HIV/aids no País, junto com diversas parcerias. Contudo, os efeitos mais graves da epidemia recaem sobre os adolescentes.
Para alcançar os objetivos do projeto, é necessário que a rede de atenção à saúde em cada município que desenvolve a iniciativa esteja preparada para atender, principalmente, as populações mais vulneráveis. Os serviços oferecidos precisam ser inovadores, seguros, acessíveis, equitativos e livres de estigmas e discriminação. Também é fundamental o engajamento da sociedade civil no processo de desenvolvimento das estratégias e ações locais, para que os serviços oferecidos atendam às necessidades específicas da comunidade.
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