A Família de Vitor Sales, morto em 2015 após ser internado em na Clínica São Francisco de Neuropsiquiatria, denuncia que está sofrendo ameaças e perseguição. Em relato, a família afirma que pessoas não identificadas estão rodando a sua residência a fim de intimidar ou até mesmo praticar outros crimes para deixar o caso de Vitor Sales apagado da história.
Em sua declaração, a irmã de Vitor Salles, Vitória Salles, afirma que um carro vermelho com vidro fumê esteve parado em frente a sua residência. O carro somente foi embora quando a mãe de Vitor Sales verificou a trancou a residência, temendo que houvesse uma invasão.
Ainda esse mês, há quatro dias, “apareceu um homem alto moreno de camisa branca e calça jeans. Eu (Vitória Sales) e minha mãe (Claudineide Alves Sales) tava na copa”. A vítima afirma que quando avistou através de um abertura para ver quem está do lado de fora, o homem estava no terraço olhando pra dentro da casa, depois foi embora.
“Nesse mesmo dia, estava banhando, enquanto meu filho assistia desenho no quarto que tem tem acesso pra rua então. Um homem veio e chamou várias vezes. Minha mãe não saiu porque estava botando meu outro filho pra dormir. O homem viu que ninguém se apressou na frente da casa. Chegou a janela do quarto e chamou meu filho, perguntando por mim e pela minha família”, afirma Vitória Salles.
No dia seguinte, um homem não identificado foi até a residência, onde solicitou a verificação do WI-FI. A sobrinha de Vitória Sales confirmou que não tinha solicitado nenhuma assistência da operadora do wi-fi.
“Quando minha prima chegou a noite, perguntamos pra ela se tinha chamado a assistência, negando a solicitação. Ainda bem que a gente não abriu a porta”, relata Vitória Sales.
Já nesta semana, um homem acima do peso, usando chinelo e bermuda, com uma camisa vermelha, apareceu dizendo que tinha sido roubado, tendo seu celular celular, carteira e o capacete levado.
“O homem afirmou que localização tava dando aqui em casa q ele queria entrar. Quis entrar até no quintal mas o cachorro não deixou. Meu irmão já estava achando que poderia ser alguém da clínica querendo intimidar. Quando meu marido saiu de casa, o homem ficou cpm medo e foi embora”.
A Vitória Sales ainda afirma que o homem mesmo afirmando que tinha sido roubando, em nenhum momento chegou em sua residência de moto e que estava todo tempo no celular falando cm uma pessoa.
Em outra situação, o marido de Vitória Sales estava bebendo dentro de casa quando um homem desconhecido apareceu pedindo uma latinha. De bom gosto, o marido dela entregou a latinha. O homem aproveitou para pedir dinheiro e logo depois perguntou para Vitória Sales sobre o irmão Vitor Sales. Vitória achou isso muito estranho.
“Nesse intervalo, esse homem perguntou pra mim: ‘tu não é irmã do Vitor Sales, eu vi ele na clínica, eu tava lá eles quebraram meu dente. Teu nome não é Vitória’. Falando como se ele me conhecesse, quando fiquei com muito medo. Eu fiquei tão assustada que não consegui falar nada e eu nunca mais vi esse homem”, relata Vitória Salles.
Caso de Vitor Sales
Em 2015, Vítor Alves Sales, de 21 anos, morreu enquanto estava internado na clínica São Francisco de neuropsiquiatria, na Cidade Operária, em São Luís. A mãe de Vítor, Claudineide Alves Sales, disse que o internou na clínica no dia 23 de novembro para fazer um tratamento contra as drogas e só poderia visitá-lo 15 dias depois. No dia 8 de dezembro, ela foi até lá, mas não pode ver o filho mesmo tendo completado 16 dias de internação.
No dia 14 de dezembro, ela recebeu uma ligação de um funcionário da clínica dizendo que o filho havia sido levado o Socorrão II. “Quando ligaram para mim disseram que o Vítor teve uma pequena discussão no hospital, ele foi levado para o Socorrão II e está na UTI”, contou Claudineide.
Parentes afirmam que ele foi espancado dentro da clínica e a família não foi procurada para receber explicações. A polícia já ouviu funcionários da clínica e está aguardando o resultado do laudo do IML.
O delegado Jeffrey Furtado também vai analisar o prontuário aberto no Socorrão II onde Vítor foi internado para saber quem o atendeu e em que estado ele chegou lá. “Acreditamos que com a tomada de todos esses depoimentos e com a chegada do laudo de necropsia que foi realizado no corpo da vítima a agente vai esclarecer o que realmente aconteceu”, explicou.
A clínica São Francisco de neuropsiquiatria disse que não pratica nenhum tipo de discriminação e que está à disposição para esclarecer as informações necessárias para elucidar o que aconteceu.
Caso Francisco Osvaldo
A família de Francisco Osvaldo continua lutando por justiça contra a Clínica São Francisco de Neuropsiquiatria, localizada na capital maranhense. Francisco morreu aos 38 anos no dia 13 de março, três dias após ser devolvido a família, com 40 kg mais magro e com sinais de tortura.
A família está lutando na justiça, fazendo até pedido na Procuradoria Geral de Justiça, para abrir investigação contra a Clínica São Francisco de Neuropsiquiatria. Para Sidneyde Dias, irmã do falecido Francisco, durante os 102 dias que seu irmão esteve internado, a Clínica usou e abusou de tortura e que chegou a cortar a comunicação com a família, impedindo até mesmo através de ligação, alegando que por causa da pandemia, não poderia haver visitas. Em relação as ligações, a clínica declarava que Francisco estava muito “instável”.
Francisco tinha depressão e transtorno bipolar, mas possuía uma saúde física forte e saudável. Ele ganhava seu sustento como manobrista, freelancer, no restaurante Cabana do Sol, motorista de vã e de ônibus. Foi internado na Clínica São Francisco após um surto, por causa da falta de remédio que o mantinha controlado.
De acordo com Sidneyde Dias, Francisco já mostrava uma situação piorada durante as visitas. A Clínica ainda cobrava o preço dos remédios, mesmo recebendo recursos direto do Sistema Único de Saúde.
A família de Francisco Osvaldo abriu denuncia no Ministério Público do Maranhão e entrou em contato com Direitos Humanos no Maranhão. Além ter instaurado uma Verificação Preliminar de Informação (VPI) na Delegacia da Cidade Operária.
O caso de Francisco Osvaldo não é um isolado. Em 2015, a Clínica São Francisco de Neuropsiquiatria foi alvo de uma investigação da polícia sobre a morte de um outro paciente, chamado Vitor Alves Sales, de 21 anos, A família do jovem também alega que ele foi espancando chegando a entrar em óbito logo após ser levado ao Socorrão II.
Na nota da Assessoria Jurídica da clinica, a defesa lamenta o falecimento de Francisco e afirma que o óbito não aconteceu nas dependências do hospital e que o mesmo não teria abandonado o paciente no dia dez de março e que o teria levado em casa na presença de equipe técnica.
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