O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello mentiu constantemente durante a CPI da Covid-10, nesta quarta-feira (19). Já é de costume ver de forma vergonhosa, pessoas alinhadas ao governo Bolsonaro mentindo descaradamente durante a CPI.
Mesmo sendo desmentindo constantemente, Pazuello se mantinha em usar da enrolação durante sua respostas para fugir das perguntas objetivas.
Pazuello foi convocado à comissão para prestar esclarecimentos sobre as ações tomadas à frente do ministério, entre junho de 2020 e março deste ano. O período foi marcado, entre outros episódios, pela crise de oxigênio no Amazonas, por negociações para compra de vacinas e pela promoção do uso de cloroquina e hidroxicloroquina, apesar das evidências da ineficácia das drogas.
O general obteve na semana passada uma liminar no STF (Supremo Tribunal Federal) que lhe permite não responder perguntas que possam incriminá-lo, mas que o obriga a revelar o que sabe sobre fatos e condutas de terceiros.
Em resumo, o Aos Fatos fez uma lista das mentiras contada por Pazuello, veja:
- O ex-ministro mentiu ao dizer que nunca recebeu ordens do presidente para reverter ações do Ministério da Saúde. No ano passado, ele foi desautorizado publicamente por Bolsonaro após anunciar acordo para aquisição de doses da CoronaVac;
- Também é FALSA a declaração de Pazuello de que Bolsonaro não mandou desfazer a negociação com o Butantan pela CoronaVac. Existem posts do presidente e vídeo que comprovam que ele teve que voltar atrás na decisão por ordem presidencial;
- É FALSO que o general só tenha sido alertado sobre a crise de oxigênio em Manaus no dia 10 de janeiro. Registros mostram que ele foi avisado primeiro no dia 6 daquele mês;
- Não é possível afirmar que a testagem tenha sido um dos pilares da estratégia do governo contra a pandemia. Além de a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde não ter sido alcançada, mais de seis milhões de exames ficaram armazenados sem destinação até quase o prazo de vencimento;
- É FALSO que Pazuello não promoveu o uso da cloroquina, como disse à CPI. Além dele próprio ter omitido opiniões a favor do medicamento para tratar a Covid-19, sua gestão organizou a distribuição e fez campanhas de divulgação do suposto “tratamento precoce”, que inclui esta e outras drogas que já se provaram ineficazes contra a infecção;
- O ex-ministro também enganou ao afirmar que o ministério distribuiu cloroquina a indígenas apenas contra a malária. Documentos no site da pasta provam que o medicamento foi enviado a aldeias como tratamento da Covid-19;
- Não é verdade que o aplicativo TrateCov, criado para orientar médicos a prescrever o “tratamento precoce”, não chegou a entrar em operação, como disse Pazuello. A plataforma foi lançada oficialmente em cerimônia em Manaus no dia 11 de janeiro;
- Pazuello também mentiu ao afirmar que sua gestão seguia as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre distanciamento social. No período em que chefiou o ministério, não houve qualquer campanha informativa que se inspirasse nas orientações do órgão internacional;
- É FALSO que o STF (Supremo Tribunal Federal) proibiu ou limitou as ações do Ministério da Saúde para o combate da Covid-19. A corte apenas determinou que o governo federal deve atuar em conjunto com estados e municípios e que não pode revogar decisões adotadas localmente para conter a pandemia;
- É FALSO que a cloroquina seja um medicamento antiviral. A bula do remédio indica que ele tem eficácia comprovada para prevenir e tratar malária e amebíase hepática, doenças causadas por protozoários, não por vírus.
- Pazuello foi IMPRECISO ao comentar a inclusão do painel de evidências na plataforma Localiza SUS porque isso não aconteceu em sua gestão, como ele fez parecer na CPI;
- Também é IMPRECISA a alegação de que o Brasil seria um dos países que mais vacinou no mundo. Estamos nas primeiras posições do ranking de imunizações somente se considerado o número absoluto de pessoas que receberam ao menos uma dose da vacina.
Com informações de Aos Fatos.
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