De acordo com o relatório “Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil,” lançado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) na última terça-feira (10), o Maranhão enfrenta um desafio considerável na luta contra a pobreza infantil. O estudo revelou que 90,2% das crianças e adolescentes do estado vivenciam a pobreza em diversas dimensões.
Apesar de uma ligeira melhora em comparação com os dados de 2019, quando a porcentagem era de 92,4%, a situação permanece crítica no estado. Essa redução coloca o Maranhão em quarto lugar no ranking de pobreza infantil no país, superado apenas pelo Amapá (91,7%), Piauí (91,6%) e Pará (91,2%).
O relatório enfatiza que a pobreza infantil deve ser vista em suas várias dimensões, indo além da renda. Aspectos como educação, moradia, acesso à informação, água e saneamento também são considerados na análise. Santiago Varella, especialista em Políticas Sociais do UNICEF no Brasil, destaca: “A pobreza na infância e adolescência vai além da renda e precisa ser olhada em suas múltiplas dimensões. Estar fora da escola, viver em moradias precárias, não ter acesso a renda, água e saneamento, não ter uma alimentação adequada e não ter acesso à informação são privações que fazem com que crianças e adolescentes estejam na pobreza multidimensional.”
O relatório analisa o acesso de crianças e adolescentes a seis direitos básicos: renda, educação, informação, água, saneamento e moradia. Com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), o estudo enfatiza a necessidade de ações imediatas e bem coordenadas para garantir que todas as crianças e adolescentes desfrutem plenamente de seus direitos.
No Maranhão, o relatório revela que, em 2022, 58,38% das crianças e adolescentes não tinham renda suficiente para satisfazer suas necessidades. A privação de saneamento permanece uma das maiores preocupações, afetando 79,64% das crianças no estado. Quanto ao acesso à água potável, 14,66% não tinham acesso.
No aspecto da educação, o estudo aponta uma melhora no número de crianças “na escola na idade certa,” mas destaca uma piora na alfabetização, especialmente entre crianças negras e aquelas afetadas pela pandemia. Não há dados específicos de alfabetização por estado.
O acesso à moradia adequada continua sendo um desafio significativo, impactando 11,53% das crianças no Maranhão. O acesso à informação, incluindo a internet e a televisão, ajudou a impulsionar a tendência de redução das privações, mas 7,71% das crianças no estado ainda não têm acesso a esse direito.
Leia outras notícias em cubo.jor.br. Siga o Cubo no BlueSky, Instagram e Threads, também curta nossa página no Facebook e se inscreva em nossos canais, do Telegram e do Youtube. Envie informações e denúncias através do nosso e-mail.
Share this content:
Descubra mais sobre Cubo
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.