Um estudo publicado na revista científica “Cadernos de Saúde Pública” por pesquisadores da Unicamp aponta desigualdade regional entre os números de ensaios clínicos realizados para a produção de vacinas destinadas ao combate do vírus Sars-Cov-2. Cerca de 80% dos testes estavam sendo desenvolvidos em países da América do Norte, Europa Ocidental, Sul e Sudeste da Ásia, enquanto países da América Latina e África possuíam poucos ensaios.
A pesquisa, conduzida pelo mestrando em Demografia João Victor Antunes Lopes e colegas, teve como objetivo analisar a distribuição global das instituições que estavam fazendo ensaios clínicos de vacinas contra a Covid-19. A análise foi dividida em três etapas e um mapa georreferenciado foi criado para ilustrar as informações encontradas.
Os países com maior concentração de ensaios foram os Estados Unidos (51), China (38), Inglaterra (11), Japão (8), e Canadá (7). Para Lopes, os dados servem como um alerta à população de países com baixo teor de pesquisa e testagem. “Essa distribuição reflete uma capacidade global e local de responder a alguns problemas em relação a questões de saúde pública para além da Covid-19″, comenta Lopes.
O trabalho também discorre sobre como regiões que concentram mais projetos e instituições para o desenvolvimento de vacinas tendem a ter uma capacidade tecnológica superior para responder a possíveis emergências. O Brasil demonstrava futuro promissor com a Fiocruz e o Instituto Butantan.
Lopes acredita que outro elemento de destaque do estudo foi mostrar quais são as tecnologias mais exploradas por cada região. A América do Norte e Europa Ocidental investiram em técnicas mais recentes – RNA mensageiro, enquanto o Sul e o Sudeste Asiático utilizaram técnicas mais antigas – vírus inativo. Futuramente, os resultados poderão auxiliar em pesquisas que explorem outros estágios da produção de vacinas da Covid-19 ou que verifiquem outros períodos de tempo.
Leia outras notícias em cubo.jor.br. Siga o Cubo no BlueSky, Instagram e Threads, também curta nossa página no Facebook e se inscreva em nossos canais, do Telegram e do Youtube. Envie informações e denúncias através do nosso e-mail.
Share this content:
Descubra mais sobre Cubo
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.