O presidente Luiz Inácio Lula da Silva gerou polêmica ao culpar os jogos eletrônicos pelas tragédias em escolas. Em um evento, Lula disse: “Eu duvido que tenha um moleque de 8 anos, de 9 anos, de 10 anos, de 12 anos que não esteja habituado a passar grande parte do tempo jogando essas porcarias. E mais, hoje a molecada joga com gente de outro país. Passam a noite jogando. E tudo resulta nessa violência no meio de crianças”.
Antes de citar especificamente os jogos eletrônicos, o ex-presidente também exigiu que os pais repensem suas atitudes cotidianas, citando adultos que entregam tablets na mão de crianças para que elas parem de chorar, dizendo que essa pode ser uma atitude nociva para os menores de idade.
Embora Lula possa ter boas intenções, essa afirmação não é baseada em evidências. Não há nenhum estudo científico que estabeleça uma relação de causalidade entre os jogos eletrônicos e a violência.
De fato, vários estudos realizados ao longo dos anos mostram que não há evidências para apoiar a afirmação de que os jogos eletrônicos causam violência. Um estudo de 2020 da Associação de Psicologia Americana concluiu que “atribuir a violência a jogos eletrônicos não é científico e desvia a atenção de outros fatores, como um histórico de violência”.
Essas declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encaixam em uma tendência mais ampla de culpar os jogos eletrônicos por problemas sociais. No entanto, essa abordagem simplista não aborda as verdadeiras causas da violência nas escolas e em outros lugares.
A relação entre jogos eletrônicos e violência é complexa e multifacetada. A maioria das pessoas que joga esses jogos não comete crimes violentos. De fato, muitos jogos podem ter um impacto positivo na saúde mental e no bem-estar dos jogadores.
Ao culpar os jogos eletrônicos por problemas sociais, corremos o risco de desviar a atenção das verdadeiras causas da violência. É importante abordar essas questões de maneira holística e não simplista.
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