Voçorocas ameaçam estrutura urbana em vários municípios do Maranhão durante temporada de chuvas intensas

Crateras conhecidas como voçorocas têm surgido em vários municípios do estado do Maranhão nos últimos meses, durante a intensa temporada de chuvas. Esse processo erosivo acelerado é formado pela ação do escoamento superficial e subsuperficial, especialmente em solos localizados nas encostas com média e alta declividades, potencializados pela ausência de cobertura vegetal.

Os pesquisadores da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) têm se aprofundado em estudos sobre as voçorocas desde 1998, principalmente nos municípios de São Luís, Bom Jesus das Selvas, Santa Luzia, São José de Ribamar, Arame, Açailândia e Buriticupu, com financiamento da UEMA, FAPEMA, CNPq, CAPES e União Europeia. Segundo o pesquisador e professor do PPGEO/UEMA, Fernando Bezerra, as voçorocas são mais comuns em áreas de expansão urbanas recentes, sobre uma litologia sedimentar frágil, aliadas às fortes chuvas concentradas sempre no período de Janeiro a junho, com frequência nas margens das rodovias federais.

Para resolver essa situação, é preciso importantes investimentos, a retirada da população das áreas de risco, o desvio do escoamento superficial que chega ao interior das crateras, e a aplicação de projetos de engenharia tradicionais ou bioengenharia de solos, bem como drenagem urbana, acompanhada de saneamento básico.

A cidade maranhense de Buriticupu tem sido fortemente afetada por essas voçorocas, com algumas já ultrapassando os 300m de comprimento e 70m de profundidade. O pesquisador Fernando Bezerra alerta que a malha urbana dessa cidade e seus sistemas de arruamentos, aliados aos fortes eventos pluviométricos, contribuem para o grande volume de água (enxurradas) que chega no interior das voçorocas, aumentando o risco de avanço nas residências locais. A situação exige ações urgentes do poder público e da sociedade civil para evitar tragédias e garantir a segurança da população.

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