O Movimento Páscoa Sem Fome promoveu, na tarde desta quinta-feira (24), um debate sobre segurança alimentar e direitos humanos com vistas a construção de uma ação de solidariedade para garantia do alimento como um direito para manutenção da vida. A iniciativa é da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop) em parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Cooperativa Mista das Áreas de Reforma Agrária do Vale do Itapecuru (Coopevi).
O encontro foi realizado no auditório do Edifício João Goulart e reuniu representantes de movimentos sociais e de entidades da sociedade civil, que atuam juntamente às populações em situação de vulnerabilidade social, como pessoas com deficiência, LGBTQI+, pessoa idosa e comunidades tradicionais.
O secretário da Sedihpop, Chico Gonçalves, destacou que toda ação solidária precisa ser também uma ação política, para ajudar quem precisa, mas também para combater as causas da fome, do desemprego e da carestia.
“Nós precisamos, nesse momento no Brasil, estimular a solidariedade entre as pessoas, entre os diversos segmentos da sociedade para fomentar ações para ajudar as populações vulnerabilizadas, mas também para combater as origens, as causas da fome, do desemprego, do sofrimento das pessoas. Portanto, estamos aqui hoje para fortalecer as redes de solidariedade ativa, beneficiando também os produtores da agricultura familiar, de quem compramos cestas básicas, que serão distribuídas por meio de entidades da sociedade civil”, afirmou Chico Gonçalves.
Durante o encontro foi realizada a entrega simbólica de cestas básicas para representantes das entidades previamente cadastradas. O movimento Páscoa Sem Fome fará inicialmente a distribuição de 15 mil cestas que serão entregues a 160 entidades para distribuição nas comunidades em que desenvolvem ações solidárias.
A presidente da Associação Maranhense de Travestis e Transexuais (Amatra), Andressa Sheron Santana, destacou a importância da ação para as populações vulnerabilizadas. “Para nós, travestis e transexuais, essa ação é muito importante, principalmente nesse momento em que muitas de nós passam por dificuldades, pela falta de trabalho e renda. É fundamental termos essa parceria do poder público porque a fome não espera”, comentou.
A coordenadora do Pacto Pela Paz e do Núcleo de Educação e Promoção dos Direitos Humanos, Amanda Costa, ressaltou que o movimento busca ampliar o entendimento a respeito de segurança alimentar. “A reflexão sobre segurança alimentar precisa ultrapassar a ideia de fome apenas como ausência de alimento, mas como a necessidade de garantir uma alimentação de qualidade, saudável e nutritiva. O debate sobre segurança alimentar perpassa a reflexão global sobre a produção do alimento, da origem da comida que chega a nossa mesa e de como esse alimento é mercantilizado para tentar a partir dessas discussões compreender o alimento como um direito, como a garantia de vida humana”, explicou.
O tecnólogo de alimentos e representante da diretoria do MST Maranhão, Edvan Reis, destacou a importância de discutir soberania alimentar como via para erradicar a fome e a desnutrição. “Soberania alimentar é ter dignidade, ter a possibilidade de produzir seu próprio alimento, do alimento não ser só um objeto na vitrine para obtenção do lucro. Esse é o nosso desafio como MST: garantir a possibilidade das pessoas viverem com dignidade, e por isso precisamos desenvolver outras instâncias”, ressaltou.
A partir da próxima semana, as entidades poderão fazer o agendamento para receber as cestas na Sedihpop. A distribuição dos alimentos será realizada durante o período que antecede a Páscoa.
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