Na manhã de quarta-feira, 15 de maio, os professores da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) se reuniram em frente à reitoria do Campus do Bacanga, em São Luís, para o ato público “Não ao autoritarismo!”. A manifestação foi organizada pela Apruma (Associação dos Professores da UFMA) e contou com a presença de diversos docentes e membros da comunidade acadêmica.
A presidenta da Apruma, professora Ilse Gomes, destacou que o ato foi uma resposta às ações autoritárias da Administração Superior da universidade. “Este é um ato de repúdio ao caráter autoritário da Administração Superior. Estamos aqui para exigir a suspensão do calendário acadêmico, garantir o direito de greve e defender o ensino presencial na UFMA”, afirmou a professora Ilse.
✅ Seja o primeiro a ter a notícia. Clique aqui para seguir o novo canal do Cubo no WhatsApp
Durante o discurso, a presidenta enfatizou que a administração tem adotado medidas para desmobilizar e intervir no movimento dos professores. “Não aceitamos qualquer tipo de interferência. O nosso movimento é autônomo”, disse, cobrando a abertura de canais de negociação para discutir a pauta local já apresentada pela Apruma à Administração Superior.
A entidade já havia emitido uma nota pública denunciando que “na calada da noite da quinta-feira, 9 de maio de 2024, a Administração Superior da UFMA deu mais um passo em sua estratégia de intervenção e desmobilização no movimento de greve dos docentes”. Segundo a Apruma, foram emitidos dois ofícios com caráter intervencionista e autoritário.
A justificativa da Administração Superior para o Ofício 57/2024/PROGEP baseia-se na Instrução Normativa 49/2023, que faz parte da pauta de “Revogaço” dos professores, por seu conteúdo restritivo ao direito de greve do servidor público federal. Já o Ofício Circular 01/2024/PROEN induz os professores a aceitarem a prática do ensino remoto, sem que esta esteja inserida nos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC), conforme as Resoluções nº 2.638 e 2.639/2022 do CONSEPE.
A Apruma alertou para a discussão sobre os mecanismos que o Estado brasileiro utiliza para restringir o direito de greve e criminalizar a ação política da classe trabalhadora. “A greve da educação é legítima e trata da sobrevivência da universidade como espaço autônomo de produção científica e de garantia do direito à organização política de todos os segmentos, do direito universal à educação pública, laica, gratuita e socialmente referenciada”, destacou a entidade.
Por fim, a Apruma reafirmou que nenhum professor sofrerá sanções por aderir ao movimento de greve. “Convocamos toda a categoria docente a repudiar as estratégias de intervenção e desmobilização da Administração Superior da UFMA, denunciar o abuso de poder e defender o livre exercício do direito de greve”, concluiu a nota da entidade.
Com informações da Agência Tambor
Leia outras notícias em cubo.jor.br. Siga o Cubo no BlueSky, Instagram e Threads, também curta nossa página no Facebook e se inscreva em nossos canais, do Telegram e do Youtube. Envie informações e denúncias através do nosso e-mail.
Share this content:
Descubra mais sobre Cubo
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.