O Hospital São Luís (HSLZ), que há oito meses passou a atender casos de urgência e emergência em decorrência da reforma do Hospital Clementino Moura (Socorrão 2), tem sido alvo de críticas severas por parte de pacientes e acompanhantes. A expectativa de que a transferência de pacientes melhoraria o atendimento foi frustrada, e o clima entre os usuários é de indignação.
Pacientes denunciam longas esperas, falta de estrutura e, em alguns casos, atendimento negado. A situação, segundo relatos, apenas piorou desde que o hospital começou a operar de forma ampliada.
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Silma Maria, acompanhante de uma paciente que está internada no HSLZ, desabafou sobre a demora no atendimento. “Minha filha está aqui; só Deus sabe quando vão atendê-la. Falaram que ela terá que esperar de 30 a 60 dias. Uma pessoa com a perna inchada e dilacerada vai esperar dois, três meses? É complicado, é muita humilhação”, lamentou.
Casos de urgência também enfrentam barreiras. Edileuza dos Anjos veio de Icatu com o marido, que apresentava fortes dores no peito e falta de ar, mas ambos foram surpreendidos com a negativa de atendimento. “Ele tá com dor no peito, tá com falta de ar e não tá bem de saúde, está com um bom tempo que tá assim”, relatou Edileuza, visivelmente abalada.
Outro caso que ilustra o descaso é o do sobrinho de Valdeir Soares, que foi admitido na unidade durante a madrugada. No entanto, perto do meio-dia, o paciente ainda não havia sido avaliado por um ortopedista. “Chegamos, esperamos para ser atendidos e não recebemos nada. Assim, fica difícil para a gente”, afirmou Valdeir.
Além da demora no atendimento, a estrutura da unidade também foi alvo de críticas. A falta de cadeiras na sala de espera força acompanhantes a permanecerem em pé por longas horas. “A gente quer mais respeito, um bom atendimento, mais médicos educados. Os acompanhantes não têm uma cadeira para sentar-se e precisam ficar em pé até que o atendimento ao paciente seja feito. Queremos melhorias, pois somos seres humanos”, desabafou uma acompanhante.
Resposta da Prefeitura
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) informou que a obra no Socorrão 2 exigiu a transferência de parte dos atendimentos para o HSLZ, mas garantiu que todos os pacientes estão recebendo assistência e que não há falta de medicamentos ou insumos.
Polêmica do Aluguel
O aluguel do Hospital São Luís pela Prefeitura de São Luís também gerou controvérsias. A locação, anunciada pelo prefeito Eduardo Braide (PSD) no dia 30 de janeiro deste ano, foi oficializada no Diário Oficial do Município (DOM) no dia 29 de janeiro. O contrato, que tem valor anual de R$ 3.120.000,00, está previsto para vigorar até 29 de janeiro de 2025, com possibilidade de renovação.
A população, no entanto, questiona o valor investido diante das condições precárias enfrentadas no local. O aluguel milionário e as denúncias de descaso se somam à pressão por melhorias no sistema de saúde da capital.
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