Milhares de sardinhas apareceram mortas neste domingo (13) na orla do município de Raposa, localizado na Região Metropolitana de São Luís. Segundo um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), o aquecimento das águas do mar, associado às mudanças climáticas e intensificado pelo fenômeno El Niño, é a principal causa da morte das sardinhas boca-torta.
O engenheiro de pesca Kaio Lima, responsável pelo Laboratório de Navegação e Investigação Pesqueira da Uema, explica que o fenômeno ocorre de forma recorrente desde 2009, repetindo-se a cada cinco anos. Lima ressalta que essa coincidência temporal coincide com ciclos de intensificação do El Niño. “O El Niño aquece a água do mar e, quanto mais quente a água, menos oxigênio ela absorve. Assim, com a presença de grandes volumes de sardinhas que entram no estuário para se reproduzir e enfrentam um ambiente pobre em oxigênio, o resultado é uma mortandade em massa”, detalha o especialista.
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Tentativas frustradas de prevenção
A pesquisa, iniciada há seis meses, buscava encontrar maneiras de evitar que a mortandade acontecesse em 2024, mas não foi possível impedir o fenômeno. Além do aquecimento global, outras hipóteses foram investigadas, como pesca irregular, poluição, envenenamento ambiental e morte pós-reprodução. Contudo, nenhuma dessas explicações foi confirmada pelos estudos.
A situação também já foi observada em outras praias da Grande Ilha neste ano, o que reforça a preocupação sobre os impactos do aquecimento das águas nas espécies marinhas da região.
Redes de pesca descartadas como causa
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Raposa, por meio de sua titular, Lavina Lisboa, descartou que a mortandade tenha sido provocada pelo uso de redes conhecidas como zangarias, um tipo de malha quinze. “Essas redes não estavam sendo utilizadas. E mesmo que estivessem, os peixes viriam com marcas das malhas, o que não foi observado”, esclareceu a secretária.
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