Karoline Bezerra Maia, natural da comunidade quilombola de Jutaí, em Monção, no Maranhão, fez história ao se tornar a primeira promotora de Justiça quilombola do Brasil. Sua história é marcada por determinação, sendo a primeira de sua família a concluir o ensino superior.
Filha de pais sem escolaridade formal, Karoline é a caçula de seis irmãos. Sua recente posse como promotora de Justiça no Ministério Público do Pará é um motivo de orgulho para seus familiares. Ela destaca que essa conquista é fruto da luta e resistência de seus ancestrais.
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“Neste momento, olho para mim e para a minha história. É pelos meus pais, minhas irmãs, minhas lutas, minhas lágrimas, a minha gente, o meu povo, pela minha biografia. É por meus ancestrais, por todas nós, mulheres pretas”, compartilhou emocionada.
A trajetória de Karoline foi marcada por desafios. Ingressou na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) em 2008 pelo sistema de cotas para negros e, após a graduação, dedicou-se aos estudos para concursos, retomando-os após a pandemia. Foram oito anos de esforço, renúncias e abdicações, mas que culminaram em sua aprovação como promotora.
“Muitas vezes pensei que fosse impossível me tornar Promotora de Justiça, e aqui estou eu, Promotora”, afirmou, celebrando a conquista.
Karoline expressou seu desejo de que mais quilombolas tenham visibilidade e alcancem os espaços desejados. Ela citou uma frase de Viola Davis para ressaltar a importância da representatividade: “Quando uma mulher preta se movimenta, ela move toda a estrutura da sociedade”.
Com a posse, Karoline pretende atuar como uma ponte para a implementação dos direitos fundamentais para os quilombolas, indígenas e todos que necessitam do Ministério Público. Ela encoraja aqueles que ainda sonham em ocupar espaços distantes, afirmando que, apesar dos desafios, desistir não é uma opção.
Seu objetivo é claro: “Quero servir a sociedade paraense da melhor forma possível”.
Com informações da CONAQ.
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