Os últimos dias de chuvas intensas em Buriticupu, uma cidade situada a 415 km de São Luís, causaram o aparecimento de enormes abismos que preocupam os moradores das áreas próximas. Algumas dessas crateras têm 70 metros de profundidade e 500 metros de comprimento, representando um risco significativo para a segurança das pessoas que vivem nas proximidades.
De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, aproximadamente 27 famílias foram retiradas da área recentemente. No entanto, essas voçorocas não são um fenômeno novo na região, e os primeiros registros desse tipo de erosão datam dos anos 80.
O desmatamento da vegetação nativa em áreas de alta declividade em consequência da rápida expansão urbana de Buriticupu é a principal causa do surgimento dessas crateras, segundo o professor Fernando Bezerra, do programa de pós-graduação em Geografia, Natureza e Dinâmica do Espaço da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).
Essas voçorocas se formam devido aos processos de erosão acelerados pela chuva, em áreas com solos sem cobertura vegetal. A malha urbana da cidade, juntamente com seus sistemas de arruamentos, e os fortes eventos pluviométricos contribuem para aumentar o risco de avanço nas residências locais, explicou o professor.
Em 2019, o departamento de Geografia da UEMA cadastrou 10 voçorocas de grandes proporções em Buriticupu, representando um risco para a população local devido à profundidade e proximidade de algumas moradias. Durante o monitoramento dessas crateras, várias residências foram comprometidas, mas não se sabe quantas foram afetadas.
Segundo a Prefeitura de Buriticupu, esse fenômeno afeta o município há décadas e já “engoliu” 50 casas nos últimos anos, como resultado do desmatamento.
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