A queda de um casarão histórico no Centro Histórico de São Luís, na último sábado (8), revela a inércia e a falta de ação preventiva da administração municipal diante do patrimônio cultural da cidade.
A tragédia, que poderia ter sido evitada com ações de fiscalização e manutenção adequadas, gerou indignação nas redes sociais. Em resposta, o prefeito Eduardo Braide declarou em sua página que São Luís possui cerca de 6.000 imóveis tombados, sendo mais de 4.500 de propriedade particular. No entanto, a pergunta que fica é: por que esperar uma tragédia para tomar uma atitude?
✅ Seja o primeiro a ter a notícia. Clique aqui para seguir o novo canal do Cubo no WhatsApp
O prefeito afirmou que o casarão que desabou pertence a um proprietário estrangeiro que já havia sido acionado e condenado pela justiça a restaurar o imóvel, mas não cumpriu a determinação. Isso evidencia um problema recorrente de falta de fiscalização e execução das leis por parte da administração municipal. Braide prometeu intensificar o processo de desapropriação dos imóveis negligenciados, mas isso parece ser uma medida tardia diante do colapso de um patrimônio histórico.
Críticos apontam que a declaração do prefeito soa como uma tentativa de culpar os proprietários, enquanto a responsabilidade também recai sobre o governo municipal, que deveria garantir a conservação e a integridade dos bens tombados. Ações preventivas são fundamentais e que a falta de uma política eficaz de manutenção e fiscalização resulta em perdas irreparáveis para a identidade cultural da cidade.
A negligência na conservação dos imóveis históricos compromete a segurança da população. Moradores e comerciantes da região expressaram preocupação com outros imóveis em estado precário que podem sofrer o mesmo destino, caso medidas urgentes não sejam adotadas.
A promessa de intensificar as desapropriações precisa ser acompanhada de um plano de ação concreto para evitar que novas tragédias ocorram.
O desabamento do casarão é um lembrete doloroso de que a preservação do patrimônio histórico não pode ser deixada para depois. A inércia administrativa tem um custo alto, e a cidade de São Luís não pode continuar a pagar esse preço.
E vale ressaltar que ideias liberais como transformar nosso tesouro cultural, que atrai milhares de turistas todos os anos, em estacionamento não são uma solução viável. Países europeus encontraram na preservação de seus casarões a melhor forma de manter sua história viva e atrair novos turistas. Exemplos como os centros históricos de cidades como Florença, na Itália, ou de Praga, na República Tcheca, mostram que a preservação do patrimônio arquitetônico impulsiona o turismo e a economia local.
São Luís possui um patrimônio arquitetônico único, reconhecido pela UNESCO, que deve ser valorizado e protegido. A negligência com esses imóveis históricos afeta sua economia e atratividade turística.
Leia outras notícias em cubo.jor.br. Siga o Cubo no BlueSky, Instagram e Threads, também curta nossa página no Facebook e se inscreva em nossos canais, do Telegram e do Youtube. Envie informações e denúncias através do nosso e-mail.
Share this content:
Descubra mais sobre Cubo
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.