O sistema de transporte escolar da rede pública municipal de São Luís enfrenta uma crise que afeta diretamente milhares de estudantes. O atraso no pagamento dos motoristas de ônibus terceirizados pela Prefeitura tem comprometido a operação do serviço, resultando em uma operação reduzida e deixando muitas crianças sem aula.
De acordo com denúncias, o problema se agrava pela falta de repasse do ticket de alimentação aos trabalhadores. Um motorista, que optou por não se identificar, relatou a difícil realidade enfrentada pelos profissionais. “O nosso salário, o ticket, as passagens, tudo está atrasado. Este mês o atraso bateu o recorde. Muitos colegas estão com a energia cortada”, desabafou. Segundo ele, dos 110 motoristas responsáveis pelo transporte de cerca de 13 mil crianças diariamente, apenas 70% estão conseguindo trabalhar. “Hoje, apenas 70% dos ônibus circularam. Os outros 30% não conseguiram nem chegar na garagem”, acrescentou.
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Outro problema significativo é a falta de repasse de férias a cerca de 70 motoristas, que também enfrentam dificuldades financeiras. “Estamos com férias atrasadas e salário atrasado. A situação está totalmente complicada”, revelou o motorista. Além disso, a ausência de monitores nos veículos, essenciais para garantir a segurança das crianças, especialmente as mais novas, tem sido uma preocupação constante. “Trabalhamos sem monitor, levando crianças de 3 a 19 anos para a escola”, destacou o denunciante.
As denúncias também incluem alegações de que a empresa terceirizada responsável pelo transporte, a Toppus Serviços Terceirizados, está desrespeitando direitos trabalhistas, com demissões ocorrendo sem o devido pagamento de indenizações. Muitos trabalhadores enfrentam dificuldades para receber os valores devidos, mesmo após recorrerem à justiça. “Quando a empresa demite um funcionário, ela não indeniza”, afirmou o motorista, criticando a falta de transparência da empresa.
A Secretaria Municipal de Educação (SEMED) também foi mencionada nas denúncias, com motoristas alegando que, quando a SEMED descobre que houve uma denúncia, os responsáveis são demitidos. “Quando a SEMED descobre que alguém denunciou, manda demitir a pessoa e ela não recebe o tempo que passou na empresa”, afirmou um dos motoristas.
Em março deste ano, motoristas denunciaram atrasos no pagamento de salários e falta de repasse no ticket de alimentação, e os valores em atraso foram posteriormente quitados após a denúncia.
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