Boxeadora Imane Khelif é injustamente acusada de ser transgênero para justificar desempenho superior nas Olimpíadas de Paris
A extrema-direita, não só no Brasil, está utilizando informações falsas para promover discursos transfóbicos. O mais recente alvo dessas alegações infundadas é a boxeadora argelina Imane Khelif, que compete nas Olimpíadas de Paris. De acordo com as falsas acusações, Khelif seria uma mulher transgênero que estaria tirando proveito dessa condição para vencer suas adversárias. No entanto, a realidade é outra: Khelif é uma mulher cisgênero, ou seja, ela se identifica com o gênero com o qual nasceu, mas apresenta níveis elevados de testosterona.
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Khelif ganhou destaque na última quinta-feira (01/8) após sua adversária, a italiana Angela Carini, desistir da luta com apenas 46 segundos de confronto. A decisão da italiana foi atribuída a dores intensas no nariz, conforme relatado por Carini: “Entrei no ringue e tentei lutar. Eu queria vencer. Recebi dois golpes no nariz e não conseguia mais respirar, estava doendo muito”.
Apesar de ter sido reprovada no teste de gênero, Khelif recebeu autorização para competir pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Contudo, as falsas alegações sobre sua identidade de gênero evidenciam não apenas a desinformação, mas também a ignorância daqueles que propagam tais mentiras. Se Khelif fosse realmente uma pessoa transgênero, não teria sequer permissão de seu país para ser atleta, quanto mais competir em uma Olimpíada. Na Argélia, ser homossexual ou transgênero é considerado crime, punível com até dois anos de prisão.
Imane Khelif não está sozinha nessa situação. A boxeadora taiwanesa Lin Yu-Ting também enfrentou problemas semelhantes devido ao alto nível de testosterona. Ambas as atletas foram desclassificadas de um torneio na Índia no ano passado pelo presidente da Associação Internacional de Boxe, Umar Kremlev. O dirigente russo alegou que as boxeadoras possuíam “cromossomos XY”, e a associação afirmou ter identificado “várias atletas que tentaram enganar as colegas se fingindo de mulheres”.
A Associação Internacional de Boxe, no entanto, está banida do movimento olímpico desde março, acusada de falta de integridade, transparência e governança, além de manipulação de resultados. A instituição já não organizou as competições de boxe nos Jogos Olímpicos de Tóquio devido a uma suspensão anterior.
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