Com a chegada do período eleitoral, um novo fenômeno tem chamado a atenção nos meios de comunicação: a proliferação de títulos como “a maior convenção da história”. A cada dia, candidatos e partidos políticos realizam suas convenções para anunciar os nomes que disputarão os cargos de prefeitos e vereadores nas próximas eleições. E, em meio a esse processo, surge a ironia evidente: a competição não é apenas pelos votos, mas também pelos holofotes.
Os sites e blogs jornalísticos estão repletos de manchetes grandiosas, muitas vezes exageradas, sobre o número de participantes e a importância desses eventos. A expressão “a maior convenção da história” virou quase um clichê, usado para captar a atenção do público e destacar a força e a popularidade de determinados candidatos.
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Essas convenções são momentos cruciais para os partidos, pois é nelas que se consolidam alianças, se traçam estratégias e se definem os rumos das campanhas. No entanto, a ênfase exagerada na grandiosidade desses eventos levanta questões sobre a veracidade das informações divulgadas e o papel da mídia na construção de narrativas políticas.
Além de uma tática de marketing, essa abordagem pode refletir uma tentativa de influenciar a percepção do eleitorado, criando uma imagem de invencibilidade ou de apoio massivo. Em tempos de redes sociais, a percepção é tão importante quanto a realidade. Os partidos sabem que uma convenção grandiosa, mesmo que em números inflacionados, pode gerar um efeito psicológico positivo nos eleitores.
Neste cenário, o papel da imprensa é fundamental. Cabe aos jornalistas investigar, contextualizar e apresentar informações precisas, contribuindo para um debate eleitoral mais saudável e transparente. O desafio é equilibrar a necessidade de atrair leitores com o compromisso de informar de maneira ética e responsável.
Enquanto as convenções seguem acontecendo e os títulos continuam a pipocar nos meios de comunicação, resta ao eleitor discernir entre a realidade e o espetáculo, e aos jornalistas, o dever de não se deixar levar pela tentação das manchetes fáceis.
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