Na última terça-feira (7), um incêndio de grandes proporções ocorreu no Shopping Rio Anil, em São Luís, deixando duas pessoas mortas e pelo menos 13 feridas. Além do trauma e das perdas humanas, o incidente trouxe à tona uma discussão importante sobre a falta de regulamentação no liberalismo e seus riscos para a segurança e o bem-estar da população.
Segundo relatos de clientes que estavam no local no momento do incêndio, a situação foi caótica e desesperadora. O alarme anti-incêndio só teria tocado depois que as chamas já haviam tomado conta do prédio, não havia funcionários para orientar os clientes e o esquema de proteção contra incêndio do cinema não teria funcionado. Além disso, uma atitude insensível chamou a atenção: mesmo durante o incêndio, o shopping teria cobrado R$ 9,00 pelo estacionamento para que os clientes saíssem do local.
Diante desses fatos, é natural questionar: como uma empresa pode colocar o lucro acima da segurança e do bem-estar das pessoas? Como é possível que não existam regulamentações e fiscalizações adequadas para evitar esse tipo de negligência?
O liberalismo, corrente política e econômica que defende a liberdade individual e a livre iniciativa, tem sido criticado por esse tipo de problema. Em teoria, a ideia é que a concorrência no mercado e a busca pelo lucro levem as empresas a oferecerem produtos e serviços de qualidade a preços acessíveis, atendendo às necessidades e demandas dos consumidores. No entanto, sem as devidas regulamentações e fiscalizações, essa busca pelo lucro pode levar as empresas a cortarem custos em áreas fundamentais, como a segurança, colocando em risco a vida e a integridade física das pessoas.
Em entrevista à BBC News Brasil, o especialista em segurança pública Guaracy Mingardi ressaltou que a falta de fiscalização é um problema grave no Brasil, que pode ser agravado no contexto do liberalismo. “O liberalismo, em tese, é uma busca pelo bem-estar coletivo, mas é preciso ter um sistema que controle isso. Sem isso, a lógica de mercado acaba sendo a da lucratividade”, afirmou.
Nesse sentido, é importante lembrar que a liberdade individual não deve ser absoluta e que o Estado tem o papel de garantir a segurança e o bem-estar da população. Para isso, é necessário que existam regulamentações e fiscalizações adequadas para evitar que empresas priorizem o lucro em detrimento da segurança e da vida das pessoas.
O caso do Shopping Rio Anil é um exemplo trágico de como a falta de regulamentação e fiscalização pode ter consequências graves para a população. É preciso que as autoridades e a sociedade civil estejam atentas a esse problema e trabalhem juntas para buscar soluções que equilibrem a liberdade individual e a segurança coletiva. Afinal, não se trata de escolher entre um ou outro, mas de garantir que ambos sejam respeitados e protegidos.
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